KART BRASILEIRO: Julio Reis é o surdo mais veloz do planeta
Único piloto oficial de kart do mundo portador de surdez profunda a disputar em igualdade de condições com pilotos ouvintes as principais competições do Brasil, o paulista Julio Reis, disputou entre os dias 29/07 e 2/08, pela categoria Graduados B, a 43ª edição do Campeonato Brasileiro de Kart, certame máximo da modalidade no Brasil, que teve como palco o Kartódromo Internacional Velopark, na cidade de Nova Santa Rita (RS).
Único piloto oficial de kart do mundo portador de surdez profunda a disputar em igualdade de condições com pilotos ouvintes as principais competições do Brasil, o paulista Julio Reis, disputou entre os dias 29/07 e 2/08, pela categoria Graduados B, a 43ª edição do Campeonato Brasileiro de Kart, certame máximo da modalidade no Brasil, que teve como palco o Kartódromo Internacional Velopark, na cidade de Nova Santa Rita (RS).
Ser veloz e competitivo em um kart não é uma tarefa fácil. A aparência simplista desses bólidos traz à primeira vista errônea impressão de que o kart é quase um brinquedo, um “carrinho” lúdico que qualquer incauto consegue sentar e acelerar. Nada mais errôneo... Exatamente por essa aparente falta de recursos é que se extrair o máximo de rendimento, de se chegar aos limites extremos, torna-se uma tarefa titânica. Os ajustes de chassis são milimétricos; cada libra de pressão nos pneus altera sensivelmente o comportamento desses micromonopostos; meros um quarto de volta em uma das agulhas do carburador podem significar vencer uma corrida, perder uma corrida, ou ver o pequeno propulsor de mais de trinta cavalos irremediavelmente travado. De forma constante, milésimos de segundo separam o vencedor do vencido e, claro, nesse combativo panorama o grande diferencial é o talento e a “garra” do piloto, hodierna versão do cavaleiro das justas medievais.Ante tudo isso, ser um piloto de kart de competição é buscar os próprios limites, é estar técnica, mental e fisicamente em seu auge, com todos os sentidos aguçados e prontos para reagir em frações de segundos aos comandos do campo visual, das vibrações sentidas no próprio corpo, dos odores percebidos e dos sons emitidos pelos motores e pelos pneus nas fortes freadas e no veloz contorno das curvas. Assim, resta claro que ser um piloto de kart de competição não é a imaginável tarefa de andar em um “carrinho de brinquedo”. Longe disso, é uma arte reservada a verdadeiros atletas de alto rendimento.Mas, antes de tudo isso, o kartismo é um esporte de paixão e paixão é algo que pode remover qualquer obstáculo, por mais intransponível que possa parecer. Julio Reis nasceu surdo. Portador de surdez profunda nunca ouviu um som, não aprendeu a falar e comunicar-se com facilidade com qualquer pessoa e por ter, ainda, dificuldades de equilíbrio, nunca conseguiu andar em uma bicicleta, patins, ou skate, como os demais garotos de sua geração.
Apaixonado por velocidade venceu as naturais resistências familiares, as aparentemente insuperáveis deficiências físicas e há quase dez anos é piloto oficial de competições de kart. Com quase duas centenas de troféus amealhados, o titulo de Vice-Campeão Paulista Granja Viana e 5º lugar na 500 Milhas Granja Viana em 2003 e o 3º posto na 500 Milhas de 2005, Julio Reis foi o primeiro deficiente a disputar um certame nacional em igualdade de condições com os pilotos “normais”, quebrando mais essa barreira no ano de 2004.Há quase três anos escudado pelo competente preparador de chassis Renato “Pressão” Chicarelli – que agora trabalha com a equipe própria, Pressure Racing Team -, o Kartódromo Internacional Velopark transformou-se entre os dias 29/7 e 2/08 na casa do kartista paulista Julio Reis (Refrigerantes Dolly/ Pro Service/ Planet Kart/ PPK/ Easy Start/ Moa/ MSC/ Pressure Racing Team), que disputou pela categoria Graduados B uma das vagas no seleto pódio do Campeonato Brasileiro de Kart.
Para conferir a matéria completa, acesse a fonte de pesquisa: www.cronospeed.com.br
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