Por Antonio José Ferreira
O Bloco Carnavalesco Me Segura Se Não Eu Caio, fundado em 2006, surgiu com o objetivo de propiciar as pessoas com deficiência, do Recife, a participação na festa mais democrática do mundo, o carnaval. Ao sentirem-se excluídas, perceberam a necessidade de criar um bloco que propiciasse a inclusão no carnaval. Foi, a partir dai, que surgiu o bloco Me Segura Se Não Eu Caio, a fim de viabilizar a participação dessas pessoas, seus familiares, amigos e a comunidade, nesta festa tão democrática.
Formado por pessoas de todas as áreas de deficiência, auditiva, física, intelectual, visual e múltipla, é coordenado por 13 entidades representativas deste segmento.
Neste ano, em sua V Edição, o bloco saiu na quarta-feira, 10 de fevereiro, do seu lugar de concentração, Praça da Torre. Com muita criatividade e alegria, era possível encontrar pessoas com deficiência intelectual fantasiadas de tudo o quanto era bicho e personagens. Os surdos faziam os passos conforme a vibração e percussão da orquestra, os deficiêntes físicos, em suas cadeiras de rodas enfeitadas, esbanjavam alegria, os cegos com suas bengalas em punho, que nestas horas servem como guias, escoras e até sombrinhas de frevo improvisadas, davam vazão a toda irreverência e alegria, bem peculiar dessa turma.
A festa ganhou grande euforia, quando a frevioca (um tipo de trio elétrico), com uma orquestra de 15 músicos, ao som do frevo, puxou o bloco pelas ruas do bairro da Torre. Os moradores nas calçadas, portas, janelas e varandas de suas casas e apartamentos saudavam o bloco acenando e mostratrando, através de suas expressões, adimiração pela disposição de tantas pessoas diferentes do paradgma comum, porém, dispostas a superarem seus limites, dançando ao som frenético frevo.
A organização contabilizou a participação de, cerca, de 3500 foliões. Patrocinadores como a Prefeitura do Recife, Governo do Estado, através da FUNDARPE, AMBEVE, dentre outros, garantiram a segurança, as atrações musicais, bebidas, camisas e muita alegria.
Nesta edição, o bloco contou com participação de diversas entidades do interior e outros municípios e com um trio que esperava o retorno dos foliões no local da saída para dar continuidade a festa. Como novidade, também foram homenageados dois personagens que marcaram a história do bloco, o Luciano Lima (deficiênte físico), por liderar as reivindicações que resultaram na criação do Me Segura Se Não Eu Caio e o Antonio José Ferreira (deficiênte visual), autor da letra e arranjo do Hino do Bloco, que neste ano foi gravado na voz do cantor Ed Carlos.
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